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domingo, 13 de dezembro de 2009
O ELO ILUMINADO
Richard Dawkins o neo-guru do ateísmo contemporâneo, deposita tamanha “fé” nos postulados de Charles Darwin, que blindou de forma sectária, qualquer possibilidade da existência de outras formas de apreender a origem da espécie humana que não seja exclusivamente a sua.
Não lhe ocorre, admitir a tese de um outro cientista, não tão famoso quanto Darwin, mas tão importante como o autor de “A Origem das Espécies”.
Seu nome, Alfred Wallace, que sem saber das pesquisas de Darwin, evoluíra nas mesmas investigações, ao ponto de causar perplexidade à Darwin, quando este tomou conhecimento das conclusões de Wallace, em tudo semelhante as suas. De tal maneira, que os dois cientistas apresentaram suas conclusões no mesmo dia em 1 de julho de 1858 em Londres, perante uma assembléia de renomados cientistas.
Havia, porém, uma substancial diferença entre os dois:
Enquanto Darwin atribuía unicamente ao acaso suas teorias, enfatizando a sobrevivência dos mais aptos na luta pela evolução, Wallace, admitia com absoluta serenidade, a influência de fatores espirituais como a única e decisiva explicação para o encadeamento dos elos, que para Darwin, apresentavam-se ainda incompletos.
Alfred Wallace, nasceu a 8 de janeiro de 1823 na cidade de Usk, país de Gales e faleceu, em 7 de novembro de 1913. Esteve na Malásia (1854-62) e ali formou sua teoria evolucionista, a qual encaminhou à Darwin. Proclamou durante toda a sua vida: “Que, seres espirituais devem ter ajudado o homem na sua constituição corporal e em sua evolução.”
Importante frisar, que Wallace, não era um simples curioso. Foi membro da sociedade dialética de Londres e presidente da sociedade entomológica da mesma cidade entre outros títulos.
É de justiça histórica ressaltar, que em 1857, dois anos antes do lançamento de “A Origem das Espécies” o pedagogo francês Hypolite Leon Denizard Rivail, demonstrava em o Livro dos Espíritos, a informação de que os seres vivos uma vez gerados de modo espontâneo a partir de um germe primitivo em estado latente, seguiam no rumo evolutivo, obedecendo a um processo continuo de encadeamento até culminar no homem.
Falando sobre os seres vivos, Kardec quis saber e perguntou aos espíritos:
“No principio de tudo a espécie humana se achava entre os elementos orgânicos do globo terrestre?”
- “Sim.”, teve como resposta.
E foi daí que se tirou a expressão segundo a qual o homem se formou do limo da terra.
Wallace, ao contrario de Darwin, no caso do homem, considerou que, para as formas vivas saltarem ao estágio humano, algo muito especial haveria de ter ocorrido.
Voltando a Richard Dawkin, que advoga o surgimento de uma entidade auto-replicável que teria evoluído por simples obra do acaso...Mesmo sendo,
digamos,uma ameba,necessitaria de um impulso anterior para se auto-replicar.
Concluindo: fica difícil imaginar, um peixinho saindo do mar, criando patinhas e bilhões e bilhões de anos mais tarde compor a Nona Sinfonia de Beethoven. Em tempo: Darwin era Deísta. Acreditava na existência de um criador, desconsiderando apenas as religiões e revelações.
sábado, 21 de novembro de 2009
2010: Cristais quebrados
Não é necessário ser profeta, para revelar antecipadamente o que será o ano eleitoral de 2010. Ou existe alguém com tamanha ingenuidade para acreditar que o "fascismo galopante" que aparelhou o estado brasileiro, vá, pacificamente, entregar a um outro presidente, que não seja do esquema lulista, os cargos, as benesses, os fundos de pensão, o nepotismo, enfim, a mais deslavada corrupção jamais vista no Brasil? Lula, já declarou, que (sic) "2010 vai pegar fogo!". Entenda-se por mais esta delicadeza gramatical, golpes abaixo da cintura : Dossiês falsos, PCC: "em rebelião", MST convulsionando o país... Que a lei de Godwin me perdoe - mas assistiremos em versão tupiniquim, a Kristallnacht, A Noite dos Cristais que marcou em 1938 o trágico início do nazismo na Alemanha. E os "judeus", serão todos os democratas, os meios de comunicação não cooptados (verificar mais uma tentativa de cercear a liberdade de expressão no país: em texto aprovado pelo diretório nacional do PT, é proposto o controle público dos meios de comunicação e mecanismos de sanção à imprensa). Tudo isso para a perpetuação no poder de um partido que traiu um discurso de ética e moralidade ao longo de mais de 25 anos e, gradativamente, impõe ao país um assustador viés autoritário. Não se surpreendam: Há todo um lobyy nacional e internacional visando a manutenção de Lula no poder. Prêmios, como por exemplo, o Chatham House, em Londres, que contou com "patrocínios" de estatais como, Petrobrás, BNDS e Banco do Brasil, sem, até agora uma explicação convincente por parte dos "patrocinadores"; matérias em revistas estrangeiras, enaltecendo o "mantenedor da estabilidade na América Latina". Ou seja: A montagem virtual de um grande estadista... Na verdade, Lula, é o übermensch dos especuladores que lucram como "nunca na história deste país". Sendo assim, quem, em perfeito juízo, pode supor que este ególatra passará, democraticamente a faixa presidencial, para, por exemplo, José Serra, ou mesmo, Aécio Neves? Pelo que já vimos de "inaugurações" de obras que sequer foram iniciadas, de desrespeito às leis eleitorais, do boicote às CPIs, como o da Petrobás, do MST e tantos outros "deslizes", temos o suficiente para imaginar o que será a "disputa" eleitoral em 2010. Confiram.
domingo, 8 de novembro de 2009
O sol e o sino
O boi.
Arrasta-se.
De vida
Só o sino
No pescoço.
Esquálido.
Transparente.
No lugar do corpo,
um osso.
Um único e inacreditável
osso.
Cambaleia o boi.
Tilintando o sino.
De eco
ou resposta
Nenhum sinal.
O sol não se pôe
não se deita
Espreita o boi
"Saboreia"
a precária colheita
A terra
abrasa
queima.
O osso tropeça
teima.
Um inaudível mugido
o fim pressentido.
As aves de rapina
não rapinam.
Numa inesperada
delicadeza
voejam em torno do boi
formando uma nuvem
negra
como a protegê-lo
do sol
Pressentem o herói
a luta
a morte.
O animal pára.
Arqueja.
Dobra as patas da frente.
Acabou o sino
a sina
e a sorte.
Uma costela fura
o que era pele
e como uma lança
"protesta"
ao mundo
ao mudo
e surdo
mundo.
Desaba a carcaça
no Agreste.
Triste Nordeste
eterna dor
eterna peste.
Um vento
sacode o sino
ecoando
em vão
na terra
incendiada.
As aves, negras,
respeitosamente
retiram-se ante a aproximação de dois expectros que volitam e choram
por mais um "causo"
rotineiro:
Euclides da Cunha
e Antônio Conselheiro
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Névoas 6
Quero meus mortos de volta
Não em formas ectoplasmáticas
Quero-os de terno e gravata
Não de sobrecasaca, que esses
pertencem ao poeta.
Quero meus mortos
Humildes
em volta de uma mesa suburbana
brindando ao menino Jesus
que há anos é colocado em seu presépio
respeitosamente em cima da televisão.
Desligada.
A previsivel rabanada
"A do dia seguinte é melhor"
o tio que bebeu um pouco
além da conta
exaltando um passado
que afinal não foi tão feliz
como ele imagina.
O brinde à meia noite
harmonizando por um momento
destinos familiares diversos e distantes.
Precárias, mas nobres biografias.
A castanha que não quebra e pula da mesa
O vinho generoso e barato.
O vizinho desejando feliz natal
tentando uma alegria que ficou
em algum lugar de um álbum de fotografias.
A tia mais velha
Enxugando uma lágrima
Que teima em embaçar
os óculos de grau forte
Quero os meus mortos de volta
Eternos enquanto dure a foto polaróide
Olhando para a lente numa promessa
de um encontro futuro.
Depois as cadeiras vazias
Névoas, apenas
Mas de terno e gravata
enquanto o óculos
da tia mais velha
de grau forte
desfoca-se.
Como a última imagem.
Névoas 5
Os artistas são almas quase perfeitas, mas conturbadas, porque não conseguem alcançar a angelitude e espatifam-se de encontro à realidade. Transitam, os verdadeiros, do sublime à sordidez. Estilhaços de emoções, relâmpagos que riscam os céus, lembranças inesquecíveis, apenas para os que tiveram corações abertos para entendê-los.
O Sal da Terra
Se todo o conhecimento desaparecesse da face da terra e restasse o Sermão da Montanha, a história da humanidade estaria salva.
Névoas 4
O que eu amo em Cristo, é, que ao contrário de todas as "certezas religiosas", Ele não nasceu pronto. Como nós, Ele foi igualmente uma Alma Gerada, talvez a primeira, mas que conseguiu pelos próprios Méritos a suprema honra espiritual de trazer à terra a Mensagem do Criador.
Por incontáveis milênios precisou reduzir sua ilimitada luminosidade, para poder adentrar na crosta terrestre, e nos relembrar que somos partículas divinas.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
Névoas 3
A indignação, sim. Não a amargura. O bom combate de São Paulo. Fora com a literatura de punhos de renda. É preciso ser Bukowski na vida. É urgente rezar para Deus. Pela solidão do Criador. Os arcanjos choram. Serafins gemem. Deus contempla melancólico sua Criação. Somente São Francisco, o Povereto o acompanha em Sua solidão.
Cristo contempla seus discípulos que dormem, enquanto Ele, pede, em vão, que o Cálice seja afastado de seus lábios.
A terra trinca os dentes, abandona a "lógica" das rotações e desloca-se, Antígona Cósmica ao encontro do crunch final.
("O céu enrola-se como um pergaminho")
No imenso vazio, ecoa, quase inaudível, uma voz meiga e de uma profunda tristeza:
"Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei!"
("A lua tornou-se como sangue")
"Pai! Por que me abandonaste?"
Esta súplica do Mestre, é a prova mais contundente do quanto Ele tornou-se humano. Jesus que poderia evocar uma legião de anjos para "salvá-lo", levou seu amor pela humanidade até à dor suprema, para que sua mensagem, suas palavras, ficassem: do Filho do Homem para toda a eternidade.
sábado, 24 de outubro de 2009
A cara do Pai
Nem sempre consigo textos líricos e otimistas ( ... ) " ... as leis não bastam. Os lírios não nascem da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra". Desabafava solitário, Drummond.
Não esperem palavras disciplinadas de gravata borboleta e terno tropical. Arrumo-as sem metáforas, parábolas ou pretensiosas elipses.
A putrefação esconde-se atrás da famiglia que apossou-se do País. Mortos sem sepultura, sem a nobreza dos personagens de Sartre. Vivemos o Brasil virtual. Matrix tropical. Assim é, se lhes parece, ironizava o bardo.
Estilos rococós ocultam a falta de coragem para denunciar que o rei está nu.
Folhas em branco empalidecem ante mãos trémulas e medrosas. O temor infiltra-se nos tapetes, mentes e teclados. Viver, não significa necessariamente ir até a esquina comprar o jornal de ontem, igual ao de hoje e o de amanhã. Nada de novo no front.
O "pobre operário" incendeia o imaginário do mundo desenvolvido, sempre deslumbrado com o exotismo dos glúteos siliconados, as bananas de Carmem Miranda e a precária e precoce sensualidade das adolescentes da orla de Fortaleza...
Os telejornais reportam um país habitado por Pollyanas. O Brasil foi seccionado pelas veias abertas de uma "esquerda" oportunista. Farinha pouca, meu pirão primeiro, e digam ao povo, que fico, que me reelejo ad infinitun, e mais tarde, muitíssimo mais tarde, passo meu posto para o meu filhote. Bom garoto. A cara do pai.
domingo, 18 de outubro de 2009
MACUNAÍMA VIVE
Nada de mais grave. O Brasil não comporta tiradas metafísicas.
Não há espaço para Shopenhauer, Anaxímenes, Hegel ou Kant.
Fiquemos no previsível, na platitude, nos pensamentos acacianos...
Os trópicos... O sol inabalável, a meio metro de sua cabeça... O langor... O banzo... A Casa Grande e a Senzala.
O Pai dos Pobres... O erotismo barato. O orgasmo coletivo na apuração do desfile das escolas de samba, o gol do flamengo, a escova progressiva no lugar do progresso.
Perdemos o bonde da história; cambalhoteando da “descoberta” à decadência, botocudos, celebrando Machado de Assis e internando Lima Barreto, visceral, louco de tanta sensibilidade.
A Semana de Arte Moderna, a Antropofagia como consolação (indigestão previsível...), eternos ressentidos com o mundo desenvolvido, nós, os próprios culpados do perene subdesenvolvimento. O que fazer? Perguntem ao Lênin. Votem nos políticos e seus bigodes, suas barbas de “esquerda”. “A doença infantil do esquerdismo”: Lênin novamente. Liberemos a maconha e mantenhamos o país sonambúlico. Macunaíma para presidente, eternamente reeleito com o dedo mínimo espertamente decepado...
Intelectuais, empanturrados, de Proust e seus biscoitos e a lepstopirose, convivendo com 15 milhões de analfabetos!
Nada mal: domingo tem clássico, torçamos, e nossa pálida revolta ficará circunscrita a duas bolas na trave.
Vozes bêbadas em coro: -Juiz ladrão!!!
Lula: "Nobel da paz"
Há poucos meses, Lula foi agraciado com um prêmio, por seus esforços a favor da paz (risos).
Vejamos uma sucinta biografia deste bravo "pacifista". Na campanha presidencial de 2002, Luiz Inácio, em encontro com militares, declarou ser contra o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Imediatamente após sua eleição, o então ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, obviamente avalizado pelo presidente da república, declarou ser urgente a fabricação de uma bomba atômica.
José Diceu, à época, Chefe da Casa Civil, propôs a criação de uma força armada, Latino Americana. Evidente, que não falou sem uma superior autorização.
Lula, muito antes do ditador Hugo Chaves, organizou com outros objetivos, sua tropa de choque, o MST; os S.A.s dos trópicos, financiados pelo governo federal.
Esses fascínoras, depredaram o Congresso Nacional, invadem propriedades privadas, cometem assassinatos, sempre sob a leniência do Grande Timoneiro...
Quando, da campanha pela reeleição, o PCC, "coincidentemente" promoveu verdadeiros atos de terrorismo em São Paulo, com a finalidade de desmoralizar Geraldo Alkmim, que disputava com Lula a presidência da república. Dossiês apócrifos, foram fartamente distribuídos, afirmando, que, no caso de uma vitória de Alkmim, seria dissolvido o Bolsa Família.
Ainda sobre o PCC: Seus membros, anteriormente, ordenaram a seus familiares que votassem em José Genuíno para deputado...
Esclarecedor, não?
Agora, recentemente, o Vice, José Alencar, retomou o "tema" de fabricação da bomba atômica, sob o pretexto de defender o pré-sal, que começará, ou não, a produzir resultados daqui a quinze ou vinte anos, quando, com certeza, combustíveis alternativos substituírão, em grande escala, o petróleo.
Desnecessário frisar, que José Alencar, não se pronunciou de moto-próprio.
Lula, não consegue disfarçar sua simpatia por esbirros autoritários, como o já citado Chaves, Morales, Lugo, Zelaya, Ahmadinejad, Kadafi, Ortega e outros menos votados.
Eis aí, a grotesca geopolítica Bolivariana, que mal consegue disfarçar o ressentimento antiamericano.
E pensar, que existe um lobby, para que este "pacifista", receba o prêmio Nobel da Paz! ...SOCORRO!!!
Carlos Vereza
domingo, 4 de outubro de 2009
A explosão emocionada
No princípio, eu era um ponto
Que recebia luz
E recusava.
Um poderoso pensamento
Me preenchia
Me iluminava
Eu recusava.
Assim, foi, por milhares de eons
Assim, foi, por milhares de eons
Até que plena e grávida
Exausta de repulsão
Fragmentei-me
Em planetas
Cometas
Estrelas
E seres
Em fogo, em chamas, labaredas.
O poderoso pensamento
Me impulsionava
A explosão do parto
Me atordoava.
Uivei...
Eu era luz e escuridão
Assim, foi, por milhares de eons
Assim, foi, por milhares de eons
Depois, muito depois
Eu era o silêncio
O abissal silêncio
O frio
O cio
A calma
A alma
O corpo
O nascimento
A aceitação.
domingo, 13 de setembro de 2009
Plano Geral
Como eu trabalho entre 8 à 10 horas por dia, não tenho tempo nem habilidade digital, para manter uma continuidade no meu – repito -, despretensioso blog.
Qual não foi minha surpresa, com o evidente auxilio de uma de minhas filhas, ao constatar que mais de três pessoas tinham acessado meus rabiscos...
Vou tentar um comentário geral: aos que concordam com os meus textos, obrigado; aos enfurecidos do PT, obrigado, mais ainda.
Não sou partidário do pensamento único (tão caro aos lulistas), daí o titulo: Nas Veredas do Vereza.
Tentarei responder, inicialmente, aos questionadores, sobre minha suposta “autoridade teológica”:
Realmente, estou a anos-luz do mestre São Tomás de Aquino, apenas dedico-me a estudar a trajetória da Igreja Católica Apostólica... e Romana, que deturpou, absurdamente os ensinamentos de Jesus.
É fato histórico, que o Imperador Constantino, criou, com o Concilio de Nicéia, em 325 D.C. a estrutura do que viria a ser a Santa Madre Igreja (Podem pesquisar no “Google”, não me incomodo...).
Mais chocados, ficarão os “devotos”, com o Concilio de Constantinopla, em 553 D.C. onde a imperatriz Teodora, esposa do imperador Justiniano, obrigou o marido, a substituir o termo reencarnação, por ressurreição, temerosa de sua vida pregressa nada louvável; temia voltar em uma outra vida em condições retificadoras ou punitivas...
Não vou levantar questões “menores”, como a Inquisição, a “infabilidade” Papal, as Cruzadas, a venda de Indulgências, etc... etc... etc...
Sugiro, como subsidio, a leitura (vejam bem: eu disse leitura, e não “Wikipédia”...) dos livros, Biografia não Autorizada do Vaticano, de Santiago Camacho, e, A vida Sexual dos Papas, de Nigel Cawthorne.
Creio em Deus, em Jesus, na Virgem Maria, nos Santos e Santas, mas não posso imaginar o Filho do Homem, caminhando descalço, pelos corredores aveludados do vaticano, e, muito menos, Vê-Lo, sentado no trono papal, ornado em púrpura e ouro.
Quanto à “parte política”: Lula e seus seguidores se merecem. Ponto.
Aos de mentes e corações abertos - se tiverem paciência – leiam todos os meus textos, até agora, postados neste modesto meio de comunicação.
Estudem rapazes.
Cannabis: o retorno
Não bastando a alienação política da juventude, cogita-se, agora, a descriminalização da maconha, tida por “especialistas” como “droga leve” e também, o abrandamento das penalidades para os usuários e tratamento médico para os dependentes.
Como o Ministério da Saúde, sucateado, que não consegue sequer pagar dignamente seus profissionais, e hospitais que atendem os necessitados, em macas sem lençóis, nos corredores, tratariam os dependentes, que, além de toda uma medicação específica (desintoxicação, entre outras), carecem de longas e sofridas sessões de terapia?
Será que os proponentes da liberação, desconhecem que a capacidade tóxica da maconha depende do sexo da planta, clima e época da colheita? Por acaso têm noção, que a erva, para aumentar sua potencia vem misturada a alguns alucinógenos, além do tetrahidrocannabinol e seus isômeros, tendo sido descoberto recentemente o risco de câncer pulmonar, pela presença do benzopireno? E a oligospermia, que significa em linguagem popular, a diminuição do espermatozóide no usuário? E ainda: a maconha aumenta em 70% a incidência de surtos psicóticos em pessoas esquizóides e fronteiriças.
Sinceramente, existem problemas mais sérios neste país, para que um assunto tão grave seja tratado de maneira tão superficial e oportunista.
Não é possível, “beneficiar” 22% da população, constituindo-se esse percentual, na faixa privilegiada das classes, média e alta, que podem dar-se ao luxo de colocar a liberação como prioridade.
domingo, 23 de agosto de 2009
NOITES DE CIRCO
“Sei que é doloroso um palhaço se afastar do palco por alguém.Volta, que a platéia te reclama, sei que choras palhaço, por alguém que não te ama."
Nelson Cavaquinho e Guilherme de Brito.
Em 1953, quando foi lançado nos cinemas da Suécia, o filme foi massacrado pela crítica que o classificou no mínimo, de “desagradável”, “chocante” e “um vômito de uma refeição mal digerida.”
Já Pauline Kael, considera Noites de Circo como “um dos mais sombrios filmes de Bergman, onde ninguém se salva da danação total.”
Revi-o quarenta e poucos anos depois de sua estréia no Brasil.
À época, não apreendi o forte aspecto existencial do filme. Acreditava que existia um projeto de felicidade para o Ser Humano, com Glenn Miller como fundo musical...
Percebi, com o tempo, que a “coisa” era mais para Charlie Parker soluçando ao sax, Around Midnight e morrendo drogado aos trinta e quatro anos.
Digressões à parte, meu reencontro com Noites de Circo, foi um verdadeiro soco abaixo da linha da cintura.
Bergman não tem exatamente uma visão Pollyanna da vida. Cada fotograma exala desesperança, e ao mesmo tempo, uma enorme ternura pela precariedade da condição humana.
No primeiro plano, carroças silhuetadas no cimo de uma montanha, deslizando como um cortejo fúnebre. Ouve-se o canto de um galo. O primeiro. Depois, Frost, o palhaço, numa cena antológica, carregando sua mulher que nadava nua para a delícia de um bando de soldados, numa incrível fotografia expressionista do mestre Sven Nykvist, remetendo a Cristo carregando a cruz no calvário. As quedas, a humilhação.
A precariedade do circo ambulante, a pobreza dos esquetes, a interpretação de Ake Gromberg no limite da “teatralidade”, mas com uma intensidade emocional raramente vista. O público zombando às gargalhadas do chefe da trupe, gordo, patético, sendo espancado pelo ator que o traíra com sua jovem amante. O segundo canto do galo.
O circo, em preto e branco – sacada de gênio fugindo do previsível: cores, música esfuziante, a “alegria” que permitiria o escapismo ao espectador. E no final, Bergman, leitor de Nietzsche, o reverencia: O eterno retorno.
Em sentido contrário, as carroças no mesmo cimo da montanha silhuetadas, fecham o circulo. Negra imagem. Negro destino. O terceiro canto do galo.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Hamlet: Não há em toda Dinamarca um só canalha que não seja... um patife consumado.
Essa "nova" UNE, raquítica de ideais, não pode ser descartada de um projeto maior, megalômano, não só de perpetuação no poder do senhor Luiz Ignácio, mas de um ultrapassado antiamericanismo, compactuado pelos países da Bolívia, Equador, Paraguai e Venezuela, com o psicopata Chavez, implantando com a simpatia de Lula, um regime ditatorial, anulando, inclusive pela violência, a liberdade de órgãos de comunicação que não se submetem ao seu despotismo.
Cabe à "nova" UNE, minimizar a natural tendência dos jovens estudantes à contestação, própria de sua faixa etária; às centrais sindicais, aparelhar não apenas os sindicatos, como também a máquina governamental.
Os intelectuais e artistas - com as devidas ressalvas -, silenciosos, ávidos por um patrocínio, ou quiçá, por uma bolsa de "aperfeiçoamento" no exterior. Como se não bastasse, o Brasil pratica a pior política externa de todos os tempos: Uma verdadeira teia de "solidadariedade", estende-se ao Irã, do lunático Almadinejad, à Coréia do Norte do moralmente minúsculo, Kim Jong-Il, sem esquecer, é claro, a indisfarçável leniência para com os narcotraficantes das Farcs.
Lula, "orientado" pelos teóricos do PT, segue, de "ouvido", as formulações do defasado pensador italiano, Antonio Gramsci (o Príncipe moderno...) servindo-se da democracia, para posteriormente destrui-la.
A bolsa anestesía, exclui a população mais necessitada de qualquer possibilidade de acesso à cidadania, tornando-se, para utilisar um jargão "esquerdista", verdadeira massa de manobras.
A desmoralização do Legislativo, do Judiciário, o desmonte das Forças Armadas, os bandoleiros do MST, são dados que formatam uma estratégia que poderá nos levar à uma "democracia" plesbicitária, e à uma oposição figurativa.
E a "nova" UNE, cumpre, talvez, a mais insidiosa dessas tarefas: a de manter apática e colonizada culturalmente, o que poderia ser a renovação de uma prática política cruel e apodrecida.
domingo, 9 de agosto de 2009
Névoas... 2
Os cientistas mais otimistas, calculam, em 4.000.000 de anos, o tempo para o sol "beijar" a Terra num suicídio apocalíptico.
As memórias, os amores, os pudores, serão pó de estrelas, já mortas...
Restarão os bons e maus poemas, estilhaços que tocarão astronautas há milênios desprendidos de suas naves; grotescas formas, flutuando num universo sem sentido...
Seres alienígenas, olharão, sem curiosidade, tudo aquilo que foi sem ser, e que agora é vento que passa, silêncio e obsoleta vaidade... Nenhum vento, ruído; nada que possa lembrar qualquer vestígio de vida; apenas opacas silhuetas soltas, olhos eternamente abertos e vazios, através dos vidros dos capacetes.
Pálido testemunho do horror...
Névoas... 1
A insanidade convidava-o ao abandono total, absoluto, onde anjos condescendentes o acolheriam, como uma criança desvalida procurando afeto...
Quadro a quadro, ele veria sua conturbada existência, a jogá-lo como um náufrago agarrado inutilmente a destroços que se desfaziam, enquanto o mar o aconchegava como um filho pródigo...
Cambalhoteando, de existência em existência... Milhares de anos, para tornar-se um frágil espectro, suplicante de uma aceitação que tardava...
...Sempre.
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
O falso e o correto
"A Divindade está presente em todas as coisas como essência, como açúcar na cana e manteiga no leite. Deus está presente tanto no bem quanto no mal, na verdade é na inverdade, no mérito e no pecado. Sendo assim, como pode o indivíduo determinar o que é falso e o que é correto?"
Sai Baba
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Estelionato Religioso (resumo)
Até 325 D.C, o cristianismo primitivo, seguia fielmente as palavras de Jesus Cristo.
Jesus, jamais ordenou que se edificasse qualquer igreja; segundo a maioria dos Evangelhos Apócrifos, o Mestre, pediu a seus seguidores, que constituíssem uma Ekklêsia, que em grego - um dos idiomas falados à época -, significa, Assembléia de Convocados.
Seus discípulos, deveriam, a exemplo de Jesus, pregar a Boa Nova à todos sem distinção, utilizando como referência para as reuniões as residências dos mais alfabetizados, posteriormente denominadas, Casas do Caminho.
O imperador romano Constantino, observando o crescimento do cristianismo a despeito das perseguições, num inegável golpe político ordenou que cessasse toda e qualquer repressão, percebendo que seria importante para a sustentação de seu império, uma religião que proporcionasse unidade à sua vasta dominação mas eivada de uma perigosa pluralidade religiosa.
Convocou então o chamado Concílio de Nicéia, cooptando os cristãos, e, ele próprio Constantino, determinando as decisões que iriam servir de alicerce para a criação da Igreja Católica Apóstolica e... Romana...
Neste Concílio, em disputa com os arianos, que entre outras questões afirmavam que Jesus era filho de Deus, mas não igual ao Criador, porque fora gerado e não incriado como seu Pai, Constantino, com a cumplicidade e o terror da maioria dos participantes do Concílio, sufragou a tese, herética, que Jesus, era igualmente Deus.
Os bispos que ousaram discordar do imperador foram simplesmente banidos do Concílio e exilados!
Algumas resoluções surgiram desta, digamos, reunião: A Santíssima Trindade; a Confirmação dos 4 Evangelhos - escolhidos de forma aleatória, anteriormente pelo bispo Irineu entre mais de 315 textos... -; o Credo e outras arbitrariedades...
E assim, numa jogada de "mestre", surge, o que hoje é conhecida, como, Igreja Católica Apostólica e... Romana, que, em verdade, não existe há 2000 anos, e sim, a menos de 18 séculos.
E ainda há quem acredite nela.
quinta-feira, 30 de julho de 2009
Réquiem por um sonho
Primeiro de Abril de mil novecentos e sessenta e quatro. União Nacional dos Estudantes. Dentro do prédio, Vianinha, eu e João das Neves, assistíamos, atônitos, as labaredas que consumiam a fachada, e entravam pela varanda; e nós, tentando uma patética resistência, enquanto os biltres da Tradição Familia e Popriedade, atiravam coquetéis molotov na barricada que havíamos erguido para evitar a invasão anunciada. A UNE, era o alvo escolhido pelo golpe militar, por sua tradição de lutas pela democracia; as passeatas a favor da participação do Brasil na guerra contra os nazistas; as manifestações nas campanhas do "Petróleo é nosso!"; a presença marcante pela redemocratização do país em plena ditadura do Estado Novo!
E a UNE, agora?
Um melancólico clube de "rebeldes" a favor; cúmplices do maior esquema de corrupção já montado no país; cooptados por uma propina mensal destruíram uma história de coragem e contestação a toda espécie de autoritarismo.
Não esperaram a velhice chegar para vender seus hipotéticos ideais... O que dirão a seus filhos? Será que conseguem cantar o hino da entidade, sem o rubor em suas faces?
E pensar, que serão eles, a elite desse país...
sábado, 18 de julho de 2009
O acaso não existe
Como é possível acreditar que o acaso é o responsável pela existência da vida e do universo?!
A sincronicidade do movimento dos astros, estrelas, galáxias, enfim, atestam a impossibilidade do acaso.
"Deus não joga dados com o universo!”, afirmava Albert Einstein, o formulador da Teoria da Relatividade.
A reverência ante o mistério transporta-nos há 20 ou 30 mil anos antes da nossa era.
Povos que nunca tiveram o menor contato com qualquer tipo de escrituras, sentiram a necessidade da adoração inerente à condição humana.
Os ritos mágicos dos bantos e dos papuas; as cerimônias de Lascaux ou Altamira, gravados para sempre em suas admiráveis pinturas murais; os pigmeus, os esquimós, com suas orações simples e espontâneas, revivem em nossos dias as invocações do homem de Neanderthal ou de Cro – Magnon.
Jung, ao ser indagado sobre sua crença em Deus, foi sucinto:
- “Eu não acredito. Eu sei.”
Os judeus místicos (há os que não são) não pronunciam o nome do criador; utilizam-se de letras – IAVÉ, ou mesmo números.
O universo, segundo a Cabala existia antes do Big Bang, que era um ponto que recebia luz em abundância, até que não podendo conter tanta “doação”, explodiu!, em amor, astros e seres – Nós, fragmentos das estrelas...
O efeito deslumbrante pressupõe uma causa inteligente.
Por trás dessa maravilhosa aritmética que é o universo, existe, com certeza, um Matemático Emocionado...
domingo, 5 de julho de 2009
A fé e a ciência
Os ateus, que geralmente, "invocam" Charles Darwin, para justificar a ausência de Deus na criação, deveriam ler este texto do autor da Evolução das Espécies:
"...Por maiores que fossem as crises por que passei, nunca desci até o ateísmo, no verdadeiro sentido do termo, isto é, nunca cheguei a negar a existência de Deus.
A impossibilidade de conceber este grande e maravilhoso universo, com nossos "eus" conscientes, como obra do acaso, é, a meu ver, o argumento principal a favor da existência de Deus.
Outro motivo de minha crença na existência de Deus, ligado não ao sentimento, mas à razão, e que, pelo seu grande peso, não pode deixar de impressionar-me, é a extrema dificuldade, ou antes, a radical impossibilidade de conceber o universo, prodigioso e imenso, incluindo o homem com a faculdade de se reportar ao passado e de prever o futuro, como resultado, de um destino ou de uma necessidade cega.
Refletindo sobre isso, sou forçado a admitir uma causa primeira, um espírito inteligente, sob certos aspectos análogo ao do homem.
E mereço, por isso, que me considerem deísta.
Esta conclusão, está fortemente radicada no meu espírito, desde a época em que escrevi A origem das espécies (pp. 354. 356. 363).
Charles Darwin"
E mais: "...O ateísmo é oriundo precisamente dessa idéia de que a adoração não é uma propriedade natural da natureza humana e ele espera o renascimento do homem, abandonado unicamente a si mesmo. Esforça-se por mostrar que o homem será moral quando se libertar da fé. Mas, até hoje, os ateus não mostraram nada. Julga-se a árvore por seus frutos. Ao contrário, mostraram-se apenas uma monstruosidade. A moral, entregue a si mesma ou à ciência, pode desnaturar-se até a abominação extrema.
Fé e moral, Dostoiévski"
Obs: Os dois textos estão no livro, As mais belas orações de todos os tempos, em belíssima tradução de Rose Marie Muraro.
sexta-feira, 12 de junho de 2009
As irmãs Fox
A comunicação com os espíritos, por ser uma das leis da natureza, existe desde o começo da criação. Abraão, Moisés e todos os profetas do velho e novo testamentos eram médiuns, assim como nosso mestre Jesus. A eclosão contemporânea do espiritismo teve lugar nos Estados Unidos, precisamente em um pequeno bairro de Nova York - Hyde Ville -, numa modesta residência onde moravam as irmãs Fox, com seus progenitores. Durante vários meses, as irmãs Kate, 7 anos e Margareth, 10 anos, começaram a perceber certos ruídos provenientes do assoalho da casa. Com o tempo as crianças constataram que os ruídos apresentavam um certo ritmo, como se fosse uma espécie de código, sendo que, cada batida, identificava-se com uma letra do alfabeto. Quando mais tarde, retiradas algumas tábuas, mas precisamente de onde surgiam as batidas, e para espanto geral, depararam-se com um cadáver em adiantado estado de decomposição. O fato espalhou-se rapidamente por todo o pequeno bairro e descobriu-se, que o corpo, era o de um caixeiro viajante, que havia sido assassinado e enterrado no porão da residência, antes da mesma ser habitada pela família Fox.
Sem dúvida, foi através do espírito do mascate e da intuição mediúnica das duas crianças, que a inusitada ocorrência, chamou a atenção, em 1848, para a evidência da comunicação entre os dois planos da existência. Esta história, verídica, teve enorme repercussão e quase, que imediatamente, chegou à Europa, onde iniciava-se o fenômeno das mesas girantes, sobretudo à Paris, onde os aristocratas divertiam-se nas reuniões das mesas "girantes ou falantes". Apenas um homem, Hipolite Léon Denisart Rivail, convidado para uma dessas reuniões, percebeu, que, por trás daquelas movimentações, havia uma ou várias inteligências responsáveis pela movimentação das mesas. O senhor Rivail, foi um pedagogo e escritor francês; poliglota, era membro da Academia Real das Ciências e da Sociedade das Ciências Naturais de França. Convencendo-se de que os movimentos complexos deviam-se à intervenção de espíritos, Rivail dedicou-se à estruturação de uma proposta de compreensão da realidade baseada na necessidade de integração, entre os conhecimentos, científico, filosófico e religioso. Adotou, nesta tarefa, o pseudônimo que o tornaria conhecido: Allan Kardec, nome este, segundo o que lhe informara um espírito, teria utilizado em uma encarnação anterior como Druída. Muitos espíritas ainda não sabem que “O Livro dos Espíritos”, foi composto basicamente, de forma surpreendente por duas jovens irmãs, médiuns psicografantes - as jovens Caroline Baudin, de dezoito anos, e Julie Baudin, de apenas quinze anos. A origem de “O Livro dos Espíritos”, primeira obra da codificação kardequiana, já demonstrava, de maneira inequívoca, que se tratava de um fenômeno mediúnico absolutamente autêntico e impossível de ser blefado por jovens e ingênuas meninas psicógrafas, que produziam as informações - respostas, a partir de um lápis de pedra amarrado à uma cesta de vime, escrevendo mediante impulso mediúnico, sobre um rudimentar quadro de ardósia, nascendo assim a primeira obra da codificação. Allan Kardec, foi obrigado a omitir os nomes das jovens médiuns, para protegê-las da feroz oposição que levantou-se, quando da publicação do livro, enfrentando sozinho a fúria de setores religiosos e tradicionais.
Carlos Vereza, a partir de “A historia do Espiritismo”, de Arthur Conan Doyle.
domingo, 7 de junho de 2009
O Ator
“...Eu amo os atores nas suas alucinantes variações de humor, nas suas crises de euforia e depressão. Amo o ator no desespero de sua insegurança, quando ele, como um viajor solitário, sem a bússola da fé ou da ideologia é obrigado a vagar pelos labirintos da sua mente, procurando no seu mais secreto íntimo afinidades com as distorções de caráter que seu personagem tem...”
Plínio Marcos
"Escrever bem é cortar palavras..." Carlos Drummond de Andrade
Peço desculpas aos que, por ventura, acessem este Blog pelo uso excessivo de adjetivos ao expor minha opinião sobre Lula e o PT.
Mas, tenho dificuldades em ser substantivo, tratando de tão lamentável tema.
sábado, 30 de maio de 2009
O CONCEITO DE HEGEMONIA EM GRAMSCI
Ainda sobre Gramsci, eis o que diz numa passagem de Il risorgimento:
- “A supremacia de um grupo social se manifesta de dois modos, como dominação e como direção intelectual e moral. Um grupo social é dominante dos grupos adversários, que tende a liquidar ou a submeter, inclusive com a força armada, e é dirigente dos grupos afins e aliados.
Um grupo social pode, ou mesmo deve ser dirigente já antes de conquistar o poder governamental. É essa uma das condições principais para a própria conquista do poder.”
Qualquer semelhança com a “estratégia” dos aloprados do PT, é mera coincidência...
A VORACIDADE NO PODER
A VORACIDADE NO PODER
A bolsa família é a mais cruel e hipócrita “caridade governamental”, cujo verdadeiro objetivo é anestesiar a consciência de milhões de brasileiros, tirando-lhes o direito à cidadania, caçando-lhes quaisquer perspectivas de inclusão social.
Os “intelectuais” petistas, decorebas do defasado pensador italiano Antônio Gramsci – “hegemonia: a ditadura do proletariado...”, utilizam-se da democracia – com o megalômano Luis Inácio à frente - , para posteriormente destruí-la.
Não interessa ao arrogante palanqueiro e seus sequazes, a criação de frentes de trabalho, a construção de açudes, estradas, e a tão necessária malha ferroviária indispensável num país de dimensão continental.
O que lhes importa, é “ocupar o poder por dentro”, infiltrando na máquina governamental seus apaniguados, para a devida arrecadação dos dízimos pagos com o dinheiro do contribuinte, e, assim, robustecer a caixa da famiglia, digo, do partido...
A permanência no poder: este é o projeto destes bucaneiros travestidos de socialistas, com a cumplicidade e o silêncio de boa parte dos “teóricos” da USP, UNICAMP e os teólogos da “libertação...”
Pobre Brasil, saqueado com uma voracidade nunca vista, pelos “paladinos” da ética e da moralidade...
Lamento macular meu despretensioso blog com este inútil desabafo, mas, não consigo manter-me omisso à covarde destruição das nossas, ainda tão frágeis, instituições democráticas.
Carlos Vereza
P/S: “Calo-me, espero, decifro.
As coisas talvez melhorem.
São tão fortes as coisas!
Mas eu não sou as coisas
e me revolto.”
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 17 de maio de 2009
O ETERNO JORNALEIRO
Benedito Ruy Barbosa,
O último dos moicanos, o eterno jornaleiro, memorialista emocionado, que trocou as “madaleines” de Proust, pelos bolinhos de chuva; persistente buscador da utopia, do Brasil esquecido, que na contramão do “progresso” high tech, ainda acredita na cordialidade, na ingenuidade, ainda não de toda corrompida do povo brasileiro.
Suas novelas, que eu sei ele escreve chorando, buscam – parafraseando nosso poeta maior Carlos Drummond de Andrade -, transmitir um país que seja mais do que “um retrato na parede” e nós sabemos como dói...
Benedito está em boa companhia: Lima Barreto, Nelson Pereira dos Santos, Glauber Rocha, Dias Gomes, Castro Alves, Graciliano Ramos, Jorge Amado, Catulo da paixão Cearense, Tom Jobim, e tantos outros, opostos dos macunaímas, dos predadores de sonhos, que se imaginam sofisticados intelectualmente e não passam de patéticas caricaturas com os olhos voltados para uma cultura esvaziada de qualquer sentido, repetitiva, eivadas de um niilismo decadente, calcadas na estética do clipe e da violência, “intelectuais” que voltam as costas ao verdadeiro país, que a despeito da avalanche de informações tecnológicas, debate-se com a miséria, com o analfabetismo, a falta de cidadania e submissos ao DNA populista de nossos governantes.
Penso em Villa Lobos, que aclamado pelos grandes centros musicais, europeus e americanos, preferiu se embrenhar nas matas amazônicas e que nos deu como fruto, suas inacreditáveis sinfonias, que maravilham até hoje, os maiores eruditos internacionais.
O povo precisa das novelas de Benedito, de seus personagens ainda perplexos, do chamado e rejeitado Brasil profundo, que a despeito dos apetites vorazes, do arraigado coronelismo, é de onde surgirá a Terra Prometida, o Celeiro da Humanidade.
É evidente que não está se propondo uma cultura xenófoba, sobretudo com a irreversível e desejável globalização, mas é fundamental que procuremos esculpir o rosto brasileiro, ainda que coberto de rugas e sofrimentos históricos, mas ele existe;
E são artistas como o Benedito, que dignificam o grande teatro eletrônico, acreditando que é possível manter viva, através do entretenimento e cultura, as profecias que apontam o Brasil como o país do futuro, e por quê não, A Pátria do Evangelho.
Carlos Vereza
A ESTÉTICA DA CONTEMPLAÇÃO
A novela Paraíso, além do belo texto de Benedito Ruy Barbosa, conta com uma direção de rara sensibilidade por parte de Rogério Gomes – o “Papinha”.
Este jovem surfista cria um bendito “ruído” na acelerada programação da televisão brasileira, que pasteuriza novelas, comerciais, jornalismo, numa avalanche de informações, que biologicamente, o telespectador não tem condições de absorver.
A direção de Rogério trabalha com a interação entre atores (personagens), e estonteantes paisagens, que alcança o espectador pelo sensorial, antes que ele possa conceituar o que está assistindo.
Como conseqüência, se estabelece uma cumplicidade inconsciente, uma calma contemplação, onde o público é delicadamente “convidado” a coautoria da narrativa; ou seja: a paleta de cores (luz, figurinos, música, cenários) subverte a agressão visual provocada pela chamada “estética da velocidade”.
O ritmo, assumidamente “lento”, reflete o comportamento dos habitantes das cidades do interior, mesmo com o avanço dos meios de comunicação.
A câmera, em geral sempre ao nível do olhar dos atores, estabelece uma imediata empatia; as tomadas de grua “apequenando-os” em contraponto com as planícies desoladoras, criam no telespectador uma inusitada solidariedade com os personagens de Benedito, precários herdeiros de Carlitos diante dos mistérios da vida.
Assim é Paraíso, um auspicioso momento de criatividade da televisão brasileira.
Carlos Vereza
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