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terça-feira, 27 de outubro de 2009
Névoas 3
A indignação, sim. Não a amargura. O bom combate de São Paulo. Fora com a literatura de punhos de renda. É preciso ser Bukowski na vida. É urgente rezar para Deus. Pela solidão do Criador. Os arcanjos choram. Serafins gemem. Deus contempla melancólico sua Criação. Somente São Francisco, o Povereto o acompanha em Sua solidão.
Cristo contempla seus discípulos que dormem, enquanto Ele, pede, em vão, que o Cálice seja afastado de seus lábios.
A terra trinca os dentes, abandona a "lógica" das rotações e desloca-se, Antígona Cósmica ao encontro do crunch final.
("O céu enrola-se como um pergaminho")
No imenso vazio, ecoa, quase inaudível, uma voz meiga e de uma profunda tristeza:
"Amai-vos uns aos outros, como Eu vos amei!"
("A lua tornou-se como sangue")
"Pai! Por que me abandonaste?"
Esta súplica do Mestre, é a prova mais contundente do quanto Ele tornou-se humano. Jesus que poderia evocar uma legião de anjos para "salvá-lo", levou seu amor pela humanidade até à dor suprema, para que sua mensagem, suas palavras, ficassem: do Filho do Homem para toda a eternidade.
sábado, 24 de outubro de 2009
A cara do Pai
Nem sempre consigo textos líricos e otimistas ( ... ) " ... as leis não bastam. Os lírios não nascem da lei. Meu nome é tumulto, e escreve-se na pedra". Desabafava solitário, Drummond.
Não esperem palavras disciplinadas de gravata borboleta e terno tropical. Arrumo-as sem metáforas, parábolas ou pretensiosas elipses.
A putrefação esconde-se atrás da famiglia que apossou-se do País. Mortos sem sepultura, sem a nobreza dos personagens de Sartre. Vivemos o Brasil virtual. Matrix tropical. Assim é, se lhes parece, ironizava o bardo.
Estilos rococós ocultam a falta de coragem para denunciar que o rei está nu.
Folhas em branco empalidecem ante mãos trémulas e medrosas. O temor infiltra-se nos tapetes, mentes e teclados. Viver, não significa necessariamente ir até a esquina comprar o jornal de ontem, igual ao de hoje e o de amanhã. Nada de novo no front.
O "pobre operário" incendeia o imaginário do mundo desenvolvido, sempre deslumbrado com o exotismo dos glúteos siliconados, as bananas de Carmem Miranda e a precária e precoce sensualidade das adolescentes da orla de Fortaleza...
Os telejornais reportam um país habitado por Pollyanas. O Brasil foi seccionado pelas veias abertas de uma "esquerda" oportunista. Farinha pouca, meu pirão primeiro, e digam ao povo, que fico, que me reelejo ad infinitun, e mais tarde, muitíssimo mais tarde, passo meu posto para o meu filhote. Bom garoto. A cara do pai.
domingo, 18 de outubro de 2009
MACUNAÍMA VIVE
Nada de mais grave. O Brasil não comporta tiradas metafísicas.
Não há espaço para Shopenhauer, Anaxímenes, Hegel ou Kant.
Fiquemos no previsível, na platitude, nos pensamentos acacianos...
Os trópicos... O sol inabalável, a meio metro de sua cabeça... O langor... O banzo... A Casa Grande e a Senzala.
O Pai dos Pobres... O erotismo barato. O orgasmo coletivo na apuração do desfile das escolas de samba, o gol do flamengo, a escova progressiva no lugar do progresso.
Perdemos o bonde da história; cambalhoteando da “descoberta” à decadência, botocudos, celebrando Machado de Assis e internando Lima Barreto, visceral, louco de tanta sensibilidade.
A Semana de Arte Moderna, a Antropofagia como consolação (indigestão previsível...), eternos ressentidos com o mundo desenvolvido, nós, os próprios culpados do perene subdesenvolvimento. O que fazer? Perguntem ao Lênin. Votem nos políticos e seus bigodes, suas barbas de “esquerda”. “A doença infantil do esquerdismo”: Lênin novamente. Liberemos a maconha e mantenhamos o país sonambúlico. Macunaíma para presidente, eternamente reeleito com o dedo mínimo espertamente decepado...
Intelectuais, empanturrados, de Proust e seus biscoitos e a lepstopirose, convivendo com 15 milhões de analfabetos!
Nada mal: domingo tem clássico, torçamos, e nossa pálida revolta ficará circunscrita a duas bolas na trave.
Vozes bêbadas em coro: -Juiz ladrão!!!
Lula: "Nobel da paz"
Há poucos meses, Lula foi agraciado com um prêmio, por seus esforços a favor da paz (risos).
Vejamos uma sucinta biografia deste bravo "pacifista". Na campanha presidencial de 2002, Luiz Inácio, em encontro com militares, declarou ser contra o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares.
Imediatamente após sua eleição, o então ministro de Ciência e Tecnologia, Roberto Amaral, obviamente avalizado pelo presidente da república, declarou ser urgente a fabricação de uma bomba atômica.
José Diceu, à época, Chefe da Casa Civil, propôs a criação de uma força armada, Latino Americana. Evidente, que não falou sem uma superior autorização.
Lula, muito antes do ditador Hugo Chaves, organizou com outros objetivos, sua tropa de choque, o MST; os S.A.s dos trópicos, financiados pelo governo federal.
Esses fascínoras, depredaram o Congresso Nacional, invadem propriedades privadas, cometem assassinatos, sempre sob a leniência do Grande Timoneiro...
Quando, da campanha pela reeleição, o PCC, "coincidentemente" promoveu verdadeiros atos de terrorismo em São Paulo, com a finalidade de desmoralizar Geraldo Alkmim, que disputava com Lula a presidência da república. Dossiês apócrifos, foram fartamente distribuídos, afirmando, que, no caso de uma vitória de Alkmim, seria dissolvido o Bolsa Família.
Ainda sobre o PCC: Seus membros, anteriormente, ordenaram a seus familiares que votassem em José Genuíno para deputado...
Esclarecedor, não?
Agora, recentemente, o Vice, José Alencar, retomou o "tema" de fabricação da bomba atômica, sob o pretexto de defender o pré-sal, que começará, ou não, a produzir resultados daqui a quinze ou vinte anos, quando, com certeza, combustíveis alternativos substituírão, em grande escala, o petróleo.
Desnecessário frisar, que José Alencar, não se pronunciou de moto-próprio.
Lula, não consegue disfarçar sua simpatia por esbirros autoritários, como o já citado Chaves, Morales, Lugo, Zelaya, Ahmadinejad, Kadafi, Ortega e outros menos votados.
Eis aí, a grotesca geopolítica Bolivariana, que mal consegue disfarçar o ressentimento antiamericano.
E pensar, que existe um lobby, para que este "pacifista", receba o prêmio Nobel da Paz! ...SOCORRO!!!
Carlos Vereza
domingo, 4 de outubro de 2009
A explosão emocionada
No princípio, eu era um ponto
Que recebia luz
E recusava.
Um poderoso pensamento
Me preenchia
Me iluminava
Eu recusava.
Assim, foi, por milhares de eons
Assim, foi, por milhares de eons
Até que plena e grávida
Exausta de repulsão
Fragmentei-me
Em planetas
Cometas
Estrelas
E seres
Em fogo, em chamas, labaredas.
O poderoso pensamento
Me impulsionava
A explosão do parto
Me atordoava.
Uivei...
Eu era luz e escuridão
Assim, foi, por milhares de eons
Assim, foi, por milhares de eons
Depois, muito depois
Eu era o silêncio
O abissal silêncio
O frio
O cio
A calma
A alma
O corpo
O nascimento
A aceitação.
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