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quinta-feira, 30 de julho de 2009

Réquiem por um sonho

Primeiro de Abril de mil novecentos e sessenta e quatro. União Nacional dos Estudantes. Dentro do prédio, Vianinha, eu e João das Neves, assistíamos, atônitos, as labaredas que consumiam a fachada, e entravam pela varanda; e nós, tentando uma patética resistência, enquanto os biltres da Tradição Familia e Popriedade, atiravam coquetéis molotov na barricada que havíamos erguido para evitar a invasão anunciada. A UNE, era o alvo escolhido pelo golpe militar, por sua tradição de lutas pela democracia; as passeatas a favor da participação do Brasil na guerra contra os nazistas; as manifestações nas campanhas do "Petróleo é nosso!"; a presença marcante pela redemocratização do país em plena ditadura do Estado Novo! E a UNE, agora? Um melancólico clube de "rebeldes" a favor; cúmplices do maior esquema de corrupção já montado no país; cooptados por uma propina mensal destruíram uma história de coragem e contestação a toda espécie de autoritarismo. Não esperaram a velhice chegar para vender seus hipotéticos ideais... O que dirão a seus filhos? Será que conseguem cantar o hino da entidade, sem o rubor em suas faces? E pensar, que serão eles, a elite desse país...

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