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quinta-feira, 27 de outubro de 2016

O SOL E AS DROGAS COMO TESTEMUNHAS.

Um jovem matou outro jovem numa escola ocupada no Paraná. Que se saiba pela disputa de uma droga sintética. Ato gratuito. Até o momento não demonstrou arrependimento. Alega que estavam os dois, drogados. Não sei por que este absurdo me remete a Mersaut, personagem do romance, "O Estrangeiro", de Albert Camus. 
Na semelhança entre os dois, a gratuidade do gesto. Mersaut, ofuscado por um forte sol, assassina um árabe, Quando é julgado o juri se mostra mais chocado pela ausência de remorso de Mersaut, do que o crime em si. O jovem, do Paraná, "não lembra direito."
Na ausência do...sol, a alienação pelo efeito da droga. A faca, nos dois casos. Impressionante: tanto Mersaut como o jovem assassino do Paraná, desconhecem o ato e o "outro." São, simplesmente, "acidentes de percurso." Enquanto "O Estrangeiro" faz parte de uma trilogia do absurdo, de Albert Camus, "o homem revoltado" pela ocupação da Argélia, aqui, o absurdo tornou-se cotidiano. Jovens drogam-se e..."resistem!" À quê?
Abrem mão de suas individualidades. O coletivo os justifica. Os sublimam. Não sabem e não querem saber o que os levou a esta situação. Não questionam o passado de um governo delinquente. O inferno são os outros. Ainda que constituídos constitucionalmente.

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