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segunda-feira, 13 de maio de 2013

RÉQUIEM PARA UM IDEAL ASSASSINADO...

Renato e Clodiete correram até a mesa, onde Amaro permanecia imóvel. Alguns jornalistas tentavam reanimá-lo, enquanto outros, mais interessados com a repercussão, fotografavam Amaro de todos os ângulos, frios, o que provocou revolta em Clodiete que gritava por ajuda. Renato e Wilma afastavam os fotógrafos, que relutavam e continuavam como abutres, a empurrar uns aos outros, aos gritos, o que gerou um principio de tumulto fazendo-se necessário a intervenção da segurança.
Renato, junto à Amaro, procurava, com passes, trazer Amaro à consciência. Em vão. O antigo "Buck Jones" estava morto.

Inútil o exame do que restara no copo. A substância colocada pelo "garçom" não denunciava a origem do veneno, embora  os legistas confirmassem que o colapso não fora natural. A organização criminosa, tinha uma vasta experiência em eliminar obstáculos...

Amaro teve reconhecido pelo plano espiritual seus esforços para evoluir, salvando, assim, sua quase desperdiçada reencarnação. Levado por mensageiros de luz, aos hospitais  do espaço, ali ficaria em sono letárgico, na recuperação de seu perispírito.

Nos dias que seguiram, o noticiário destacava as inúmeras passeatas a favor da liberação das drogas, do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo, e a reeleição do Grande Guia por tempo indeterminado!                                  
                                                                    FIM

segunda-feira, 6 de maio de 2013

A ENTREVISTA COLETIVA!

...E assim foi feito. Na ABI, Associação Brasileira de Imprensa, todos os meios de comunicação, ouviam, entre incrédulos e preocupados, a narrativa de Amaro, que expunha todos os meandros do partido; a maioria absoluta de fatos inéditos e escabrosos. Amaro, sem medo do ridículo, falou também, da conspiração da mais baixa espiritualidade, mancomunada com encarnados, para, através das drogas e dissolução completa dos costumes, apropriarem-se das mentes jovens, e instaurar o terror em todo o planeta. Renato, Wilma e Clodiete, procuravam conter a emoção, sobretudo, Clodiete, que assistia, redivivo, seu Amaro, aquele pelo qual se apaixonara, aquele que acreditava em ideais!

Amaro, entusiasmado com sua nova postura, relatou pormenores dos assassinatos dos dois prefeitos, do projeto de aliança com outros países da America Latina, no sentido, não apenas da permanência indefinida no poder, mas de formar um grande bloco antiamericano e colaboração com ditadores apoiadores contumazes do terrorismo.

Num determinado momento, Roberto, intuído, percebeu um garçom que dirigia-se à mesa onde encontrava-se Amaro, que não notou a troca de copos com que bebia água. Renato, tentou atravessar o bloco compacto de jornalistas para avisar Amaro, que, inocentemente, sorveu o liquido do copo de água trocado. O garçom, saiu rapidamente em direção ao hall de elevadores sem que ninguém, à exceção de Renato tivesse percebido.

Amaro, deu uma pausa. Procurou retomar suas revelações. Gaguejava. Enxugou o suor que agora escorria abundante de seu rosto. Sem entender, bebeu mais um pouco da água e desabou pesadamente sobre a mesa.